Quem somos?
O Núcleo de Documentação Digital e Informação Histórica da Amazônia (NDDIHA) é uma iniciativa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO). O NDDIHA foi fundado a partir do ideal de que o conhecimento é um bem público, de todos e para todos, desta forma, todos devem poder se beneficiar dele. Logo, o NDDIHA é orientado pelos princípios da Ciência Aberta, reforçando a responsabilidade social da Ciência, que tem como um dos pilares o acesso aberto aos dados. Portanto, o principal objetivo da criação deste portal é a democratização de informação histórico-cultural regional por meio de um Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos para a disponibilização do acervo digital do Núcleo, com a finalidade de prover gratuitamente acesso global a estas informações históricas através da Internet.
O que fazemos?
O núcleo conecta de forma digital pesquisadores, estudantes e o público em geral a documentos históricos de centros de memórias do estado de Rondônia (museu, bibliotecas, jornais, entre outros) por meio da internet e seu potencial de espaço digital, pelo uso de nuvem, armazenamento e serviços online. Possui um laboratório físico de digitalização no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná e está vinculado ao Departamento de Extensão.
Há, neste sentido, uma tripla preocupação com as fontes:
- Criação de arquivos digitais com a possibilidade de busca por palavras-chave;
- Preservação dos documentos originais pela digitalização, evitando seu desgaste físico;
- Democratização de fontes históricas por meio da internet e de forma gratuita, enquanto subsídios a pesquisadores e público em geral.
Ao longo dos anos, o NDDIHA tem, para além destes, realizado mapeamentos e estudos diagnósticos em locais de acervos históricos de Rondônia, pesquisas, palestras e publicações, bem como exposições temáticas e itinerantes sobre a História de Rondônia que já foram apresentadas em várias cidades do estado.
Mas afinal, para que serve(m) a(s) Memória(s)?
Uma das funções da História é sua preocupação com o não esquecimento, com a memória e/ou as memórias. Mas, o que deve ser lembrado? O que deve ser esquecido? Qualquer resposta rápida a tais perguntas já esboça aspectos de arrogância intelectual e/ou arbitrariedades. A memória possui uma importante função nas estruturas múltiplas de poder. Le Goff, ao analisar esta questão, enfatiza de modo claro sua preocupação, conclamando os cientistas sociais a assumirem seu lugar. “Cabe, com efeito, aos profissionais científicos da memória, antropólogos, historiadores, jornalistas, sociólogos, fazer da luta pela democratização da memória social um dos imperativos prioritários da sua objetividade científica”.
Criticando a história narrativa, factual e cronológica de seu tempo, Halbwachs criticou o termo memória histórica, que não seria um termo muito feliz, haja vista que ambos, história e memória, divergem em muitos aspectos. A História seria a compilação de fatos que ocuparam maior lugar na memória dos Homens, lida nos livros, ensinada e aprendida nas escolas, seriam acontecimentos selecionados, comparados e classificados dentro de regras e necessidades que necessariamente não fazem parte das pessoas detentoras daquelas memórias vividas.
Num momento em que radicalismos ideológicos se digladiam. No instante em que extremismos não se ruborizam mais em negar a ciência e se expõe de forma cada vez mais antidemocrática – com a ampliação de fake news na chama “era da pós-verdade”, com discursos que visam mais engajamentos em redes sociais, nas quais a força do mercado se sobrepõe ao bem comum, é de fundamental importância à disponibilização de forma democrática de patrimônio histórico-documental e de pesquisas sobre o passado para que não caiamos em falácias antigas em contexto contemporâneo com estranha sensação de Déjà vu.