NIMPI

Núcleo Informatizado de Memória e Pesquisa do IFRO

Sobre o NIMPI

O Núcleo Informatizado de Memória e Pesquisa do IFRO (NIMPI) é um laboratório de pesquisa, digitalização, preservação e divulgação de documentos históricos. Ligado ao Departamento de Extensão criado em 2013. Localiza-se no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, Campus Ji-Paraná. Trabalha de forma interdisciplinar e informatizada com ênfase na história de Rondônia e da Amazônia. Busca preservar memórias regionais por meio da digitalização e criação de bancos de dados de fontes primárias históricas (jornais, revistas, acervos particulares, institucionais e órgãos oficiais), dentro de uma dupla preocupação: a criação de arquivos digitais com possibilidade de busca graças a tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (Optical Character Recognition - OCR) e a preservação dos documentos originais do manuseio físico e desgaste. Realiza mapeamentos e estudos diagnósticos em locais de acervos históricos de Rondônia, pesquisas, publicações e exposições itinerantes que já foram apresentadas em Ji-Paraná, Porto Velho, Ariquemes e Ouro Preto do Oeste.

Mas afinal, para que serve(m) a(s) Memória(s)?

Uma das funções da História é sua preocupação com o não esquecimento, com a memória e/ou as memórias. Mas, o que deve ser lembrado? O que deve ser esquecido? Qualquer resposta rápida a tais perguntas já esboça aspectos de arrogância intelectual e/ou arbitrariedades. A memória possui uma importante função nas estruturas múltiplas de poder. Le Goff ao analisar esta questão enfatiza de modo claro sua preocupação, conclamando os cientistas sociais a assumirem seu lugar. “Cabe, com efeito, aos profissionais científicos da memória, antropólogos, historiadores, jornalistas, sociólogos, fazer da luta pela democratização da memória social um dos imperativos prioritários da sua objetividade científica”.

Criticando a história narrativa, factual e cronológica de seu tempo, Halbwachs criticou o termo memória histórica, que não seria um termo muito feliz, haja vista que ambos, história e memória, divergem em muitos aspectos. A História seria a compilação de fatos que ocuparam maior lugar na memória dos Homens, lida nos livros, ensinada e aprendida nas escolas, seriam acontecimentos selecionados, comparados e classificados dentro de regras e necessidades que necessariamente não fazem parte das pessoas detentoras daquelas memórias vividas.

Num momento em que radicalismos de esquerda e de direita se digladiam. No instante em que conservadorismos não se ruborizam mais e se expõem de forma cada vez mais antidemocrática – com o retorno distorcido de conceitos destas vertentes de pensamentos no presente, no Brasil e no Mundo – numa época em que se apuram desvios de conduta político institucional nas quais a força do mercado se sobrepõe, é de fundamental importância à disponibilização de forma democrática de patrimônio histórico-documental e de pesquisas sobre o passado para que não caiamos em falácias antigas em contexto contemporâneo com estranha sensação de Déjà vu.

O que é o NIMPI?

O NIMPI foi criado em 2013, filia-se ao Departamento de Extensão, faz parte do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná. Busca preservar memórias regionais por meio do formato digital, criando bancos de dados em PDF de jornais, revistas, acervos particular, institucional e de órgãos oficiais. Há neste sentido uma tripla preocupação com as fontes:

  1. Criação de arquivos digitais com a possibilidade de busca por palavras-chave;
  2. Preservação dos documentos originais pela digitalização, evitando seu desgaste físico;
  3. Fornecimento de fontes históricas por meio da internet e de forma gratuita (democratização de informação histórico regional) enquanto subsídios a pesquisadores e público em geral.

Ao longo dos anos, o NIMPI realiza mapeamentos e estudos diagnósticos em locais de acervos históricos de Rondônia, pesquisas e publicações, bem como exposições temáticas e itinerantes sobre a História de Rondônia que já foram apresentadas em várias cidades do estado.

Objetivos do NIMPI

O NIMPI foi fundado a partir do ideal de que o conhecimento é um bem público, de todos e para todos, desta forma, todos devem poder se beneficiar dele. Logo, o NIMPI é orientado pelos princípios da Ciência Aberta, reforçando a responsabilidade social da Ciência, que tem como um dos pilares o acesso aberto aos dados. Portanto, o principal objetivo da criação deste portal é a democratização de informação histórico-cultural regional por meio de um Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos para a disponibilização do acervo digital do Núcleo, com a finalidade de prover gratuitamente acesso global a estas informações históricas através da Internet.

Neste contexto, deve-se considerar a adoção de Software Livre, que possa ser utilizado, replicado, modificado e estudado de forma livre, maximizando os benefícios à sociedade. Esta plataforma é sustentada por softwares livres, dentre os principais:

Além disso, cabe enfatizar que após uma fase de testes, o código-fonte desta plataforma será disponibilizado para acesso público.

Nosso acervo e parcerias

O trabalho de criação, alimentação e ampliação do acervo do NIMPI só é possível graças a parcerias indispensáveis que atualmente são realizadas com os jornais Tribuna Popular de Cacoal, Correio Popular de Ji-Paraná e, principalmente, com o Museu Estadual de Rondônia com sede em Porto Velho. É um trabalho contínuo e constante de prospecção, diálogo e entendimento da importância da democratização da informação.

Atualmente o NIMPI possui um banco de dados refrente a jornais, com uma estimativa aproximada de 13.412 páginas, divididas em 2.009 edições já digitalizados, com muitos passando por um processo de edição para melhoramento da imagem que irão, aos poucos sendo disponibilizados no site.

Cabe destacar que o acervo continua a se expandir em trabalho contínuo e sistemático.

Cuidados a serem levados em conta na pesquisa textual

No processo de busca textual no site, os pesquisadores devem ter certa parcimônia, haja vista que, quanto mais antigo o material e/ou quanto mais precária for a impressão original, algumas palavras não serão plenamente reconhecidas. Outro aspecto a se destacar é quanto a língua portuguesa escrita, uma vez que a mesma passou por muitas mudanças gráficas ao longo do tempo, o que requer maior rigor do pesquisador em sua empreitada.

Palavras Finais

A Internet pode ser compreendida como a maior rede de computadores existentes e o número de usuários cresce diariamente. De acordo com o site internetlivestats.com, o número de usuários desta rede é superior a 3 bilhões e 600 milhões, distribuídos ao redor do mundo. Germina desta propriedade pervasiva uma possibilidade de democratização da informação jamais vista em outros meios de comunicação. Ao propor um ambiente virtual de documentos digitalizados, o NIMPI busca não um fim, mas um meio de divulgação, para que um número cada vez maior de pesquisadores e o público em geral possa se lançar à crítica cada vez mais complexa que tome a documentação, levando-se em conta todos os seus contextos de produção, sujeitos, intenções e interesses inerentes a sua produção e reprodução, bem como falas e silêncios históricos. Intencionais ou não. Uma boa pesquisa a todos e todas!

Coordenadores: Professor Lourival Inácio Filho e Professor Juliano Fischer Naves